Após o incremento de actividade do dia 2 de Dezembro, as escoadas lávicas emitidas pelo Vulcão do Fogo continuam activas, mas a progredir a uma velocidade menor, de cerca de 1 m/h segundo Sónia Silva, presidente da comissão técnica e científica do Observatório Vulcanológico de Cabo Verde (OVCV). A lava encontra-se agora a avançar em direcção às igrejas católica e adventista e está a menos de 50 metros da Adega Cooperativa. No entanto, a investigadora sublina que se deve ter em conta a imprevisibilidade deste tipo de fenómeno natural. A actividade vulcânica continua, com três focos activos.
Em declarações prestadas à agência Lusa, o coordenador das operações do Serviço Nacional de Protecção Civil (SNPC) de Cabo Verde, Nuno Oliveira, informou que esta noite foi calma, devido à estabilidade das lavas.
Na localidade de Portela encontra-se apenas o contingente de segurança, composto por elementos da Polícia Nacional, das Forças Armadas, da Protecção Civil e voluntários da Cruz Vermelha. Estes elementos estão também a ajudar os trabalhadores da Adega Cooperativa de Chã das Caldeiras a retirar parte dos mais de 200 mil litros de vinho. Na zona estão também as equipas de especialistas que estão a acompanhar a erupção, integradas por cabo-verdianos, espanhóis, ingleses e portugueses.
A seguir à adega, o terreno torna-se um pouco mais inclinado, pelo que a velocidade das escoadas lávicas pode aumentar novamente, temendo-se agora pela localidade de Bangaeira cuja população, à semelhança de Portela, já foi evacuada.
Até ao momento, o avanço das escoadas lávicas sobre Portela já provocou a destruição de mais de 50 casas, a sede do Parque Natural do Fogo, uma escola, um hotel, as estradas de acesso a Chã das Caldeiras, bem como cisternas, currais, casas de apoio à agricultura e uma extensa área de agricultura e pastorício.
Os investigadores do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral e Vera Alfama, naturais de Cabo Verde, encontram-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando as equipas da Protecção Civil e da Universidade de Cabo Verde. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.