Possível desintegração de meteoro registada pela rede sísmica do CIVISA
Entre cerca das 20:20 e as 20:35h (hora local; UTC-1) do dia de ontem, 2 de Fevereiro, a rede sísmica do CIVISA registou uma sequência de vibrações nas estações sísmicas situadas nas ilhas de S. Jorge, Graciosa, Terceira e S. Miguel. Estes sinais correspondiam à propagação de ondas com velocidade idêntica à velocidade do som. Ao mesmo tempo foi recebida uma comunicação da ilha Graciosa a dar conta de algumas pessoas terem sentido uma vibração semelhante à de um sismo.
O tipo de sinal registado e a informação prestada pela população era concordante com a ocorrência de um estampido sónico gerado por algo em deslocamento com velocidade superior à do som, como por exemplo um avião supersónico. Contactado o Centro de Controlo Oceânico da NAV na ilha de Santa Maria, foi obtida a informação de que não havia trafego aéreo na região dos Açores à hora indicada.
Ao longo do dia de hoje, foi reunido um conjunto de informações transmitidas pela população da ilha Graciosa, sobre a observação de clarões, audição de ruído e vibração sentida em praticamente toda a ilha. Relatos mais detalhados de alguns habitantes sobre terem observado em primeiro lugar um clarão no céu e apenas momentos depois é que foi ouvido o ruído e sentida a vibração, conjugados com a informação fornecida pelas estações sísmicas apontam para que o fenómeno que terá estado na origem tenha sido a desintegração de um meteoro ao entrar na atmosfera. O ruído e vibração sentida e registada corresponderão assim à chegada do som e das ondas de choque à superfície da terra em resultado da entrada do meteoro na atmosfera a velocidades superiores à do som.
Este evento foi também registado pela estação de infrassons localizada na ilha Graciosa e integrada no sistema internacional de monitorização (IMS) da CTBTO - Comissão Preparatória do Tratado para a Proibição Total de Ensaios Nucleares.