Um cientista neozelandês da Universidade de Auckland descobriu inesperadamente aquilo que parece ser uma importante erupção submarina próximo da ilha principal de Tonga, Tongatapu.
O achado surgiu na sequência dos estudos levados a cabo pelo geomorfólogo Dr. Murray para monitorizar a evolução a ilha com cerca de 1 km de diâmetro, e composta por cinzas e fragmentos rochosos, edificada pela erupção que teve lugar entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, a cerca de 33 km da costa de Tongatapu. Quando estava a analisar as imagens de satélite captadas pelo satélite da NASA/U.S. Geological Survey Landsat 8 no dia 27 de janeiro, o investigador deu conta da presença de uma pluma eruptiva de cor esverdeada, com cerca de 30 km de comprimento e 20 km de largura, no oceano, não muito longe da ilha recentemente formada.
Entretanto, os vulcanólogos do GNS Science entraram em contacto com colegas de Tonga e, embora o material vulcânico emitido aparente estar apenas no mar, alertaram o Volcanic Ash Advisory Centre. Informaram ainda que uma inspeção com o instrumento de monitorização de Ozono (Ozone Monitoring Instrument, OMI), que se encontra acoplado ao satélite EOS-Aura da NASA, não detetou a presença de gás vulcânico na atmosfera.
O local desta nova erupção parece ser o mesmo de outro episódio eruptivo ocorrido entre dezembro de 1998 e janeiro de 1999, e que já tinha sido palco de erupções em 1911, 1923 e 1970. É, portanto, um local que a atividade vulcânica é frequente, constituindo assim um perigo para a navegação marítima.
A ocorrência de erupções vulcânicas submarinas não é um fenómeno raro no Oceano Pacífico e, muitas vezes, apenas são detetadas algum tempo depois do evento. Em novembro passado, uma tripulação da Força Aérea Real da Nova Zelândia avistou uma enorme jangada de pedra-pomes numa área de 100 km do oceano a oeste do recife de Minerva, a cerca de 500 km a sudoeste de Tonga, apontando também para uma grande erupção submarina. Este novo evento situa-se a cerca de 420 km a distância da pedra pomes observada a 15-16 de novembro. Um vulcanólogo da GNS Science avança que estes dois episódios não estão provavelmente relacionados, mas como não é possível voltar atrás e seguir o rasto da pedra pomes, não se pode excluir uma ligação.