O vulcão Fuego na Guatemala, entrou pela segunda vez este ano em erupção ontem, 3 de junho, com fortes explosões que originaram colunas de cinzas com mais de 10 km de altitude, dispersando o material até 40 km de distância, especialmente para norte, noroeste e oeste.
Os fluxos piroclásticos formados no decorrer da erupção, progrediram por vales em direção às aldeias Sangre de Cristo e do município de San Pedro Yepocapa. Na sequência desta erupção, pelo menos 25 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
As explosões geradas no vulcão foram acompanhadas por fortes ruídos, geraram ondas de choque e causaram vibrações nas casas próximas à estrutura vulcânica.
Observou-se a queda de cinzas na Cidade da Guatemala, levando ao encerramento do aeroporto internacional, e nas regiões de Sacatepequez, Chimaltenango e Escuintla. Segundo Mario Cruz, porta-voz do Corpo de Bombeiros Voluntários, até ao momento cerca de 3 100 pessoas foram evacuadas e um total de 1,7 milhões de pessoas foram afetadas em quatro regiões.
A Proteção Civil aconselha o uso de máscaras devido à queda de cinzas, que evitem circular nas estradas perto do vulcão e certificarem-se de que a água para consumo não está contaminada.
De acordo com o boletim vulcanológico das 22:00 do dia de ontem, do Instituto de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia da Guatemala (INSIVUMEH), a erupção a aproximadamente 16 horas e meia está cessando, com explosões fracas e moderadas, com incandescência na cratera. No entanto, a presença de cinzas na atmosfera num raio de 20 km do vulcão podem mover-se a distâncias maiores devido às velocidades do vento.
O mesmo boletim aponta ainda a probabilidade de reativação, mantendo os avisos e informações quanto à permanência nas proximidades do vulcão. Deve-se ter em atenção que os depósitos dos fluxos piroclásticos em vales e ravinas, e as chuvas abundantes desta época de inverno, poderão gerar lahars nas próximas horas ou dias, podendo transbordar e afetar as aldeias no percurso.
O vulcão Fuego, com 3 763 metros e localizado na zona sul do país, é o mais ativo do país. A Guatemala e países vizinhos localizam-se no designado Arco Vulcânico da América Central, uma cadeia constituída por centenas de vulcões que formam parte do Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de grande atividade sísmica e vulcânica que abriga mais de 400 vulcões em aproximadamente 17 mil ilhas, dos quais 127 estão ativos.