De acordo com o comunicado mais recente emitido pelo Instituto de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia da Guatemala (INSIVUMEH) no dia 10 de junho, as chuvas contínuas na área do vulcão Fuego, Guatemala, desencadearam a formação de lahars intensos nos vales Seca, Mineral, Niagara, Taniluyá e Ceniza, afluentes do Rio Pantaléon e Achiguate, o que pode levar a novos cortes de vias de comunicação entre as comunidades de Sangre de Cristo, Finca Palo Verde, Panimaché, Morelia e Santa Sofía e os municípios de San Pedro, Yepocapa e Santa Lucia Cotzumalguapa. Este lahar tinha cerca de 35 metros de largura por 3 metros de altura, e provocava grande vibração no terreno; de consistência pastosa, era constituído por grande quantidade de material fino da última erupção e transportava blocos cujo diâmetro podia atingir um metro, bem como galhos e troncos de árvore. O lahar é quente e emanava vapores, devido à temperatura, e cheiro a enxofre.
As previsões meteorológicas apontam para que o tempo se mantenha chuvoso, pelo que o INSIVUMEH informa que podem ser gerados novos lahars nos vales Trinidad, El Jute, Las Lajas e Honda.
O site do Sistema de Coordenação Nacional para Redução de Desastres da Guatemala (CONRED) dá conta de 110 mortos. Cerca de 1 713 617 pessoas foram afetadas, 12 578 foram retiradas das comunidades mais afetadas, 5 074 pessoas encontram-se em abrigos e 57 estão feridas. No que respeita a desaparecidos, o número mantém-se em 197.
Passada uma semana, as operações de busca por vítimas mortais soterradas continuam.
Entretanto, os políticos da oposição do governo da Guatemala apelam à destituição dos responsáveis pela agência de resposta a emergência, alegando que o CONRED falhou na emissão atempada de alertas. O INSIVUMEH garante que deu o alerta atempadamente, com cerca de oito horas de antecedência, e que a falha foi do CONRED. A agência nega o sucedido e informa que quando emitiu o alerta, este foi ignorado. Várias aldeias localizadas nos flancos do vulcão Fuego foram soterradas por escoadas piroclásticas, com temperaturas da ordem dos 200-700ºC e deslocando-se a uma velocidade média de 80 km/h. Subsequentemente, a ocorrência de episódios eruptivos menos intensos dificultaram as ações de busca e salvamento.
Enquanto isso, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) levantou preocupações sobre o custo económico do desastre. A queda de cinzas afetou várias áreas onde a agricultura é uma indústria vital.