A formação de lahars continua a ser um perigo para as povoações localizadas nos flancos do vulcão Fuego, Guatemala. O comunicado mais recente emitido pelo Instituto de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia da Guatemala (INSIVUMEH) no dia 18 de junho, informa que as chuvas contínuas na área do vulcão Fuego e a acumulação abundante de material da mais recente erupção desencadearam novamente a formação de um lahar no vale Las Lajas, com dimensões aproximadas de 40-45 metros de largura por 2 metros de altura.
De consistência pastosa, e constituído por grande quantidade de material fino, o lahar transportava blocos cujos diâmetros podiam atingir três metros, e galhos e troncos de árvore. O lahar era quente e emanava vapores, devido à temperatura, e cheiro a enxofre, e durante a sua passagem provocou vibração no terreno.
As previsões meteorológicas apontam para que o tempo se mantenha chuvoso, pelo que o INSIVUMEH informa que podem ser gerados novos lahars em qualquer um dos vales principais.
Entretanto, os números associados à erupção vulcânica de 3 de junho continuam a aumentar no site do Sistema de Coordenação Nacional para Redução de Desastres da Guatemala (CONRED). Cerca de 1 714 387 pessoas foram afetadas e 12 823 foram retiradas das comunidades mais afetadas. O número de vítimas mortais mantém-se em 110, continuando a haver 197 pessoas desaparecidas.
As autoridades locais decidiram no passado domingo, duas semanas após a catástrofe, dar por concluídas as operações de busca e declarar a zona como inabitável e de alto risco. O CONRED informou que, como a área ao redor do Vulcão Fuego é "bastante instável", não será possível voltar a morar em San Miguel Los Lotes, onde a erupção soterrou 186 casas, bem como em El Rodeo, La Reina e La Libertad. Os sobreviventes dessas comunidades irão mudar-se para um projeto habitacional da Finca la Industria, onde o governo e a iniciativa privada irão construir 1000 habitações. A reconstrução de estradas, pontes e casas destruídas pela erupção custará cerca de 30,7 milhões de dólares (26,526 biliões de euros), segundo o Ministro para as Comunicações, Infraestrutura e Habitação, José Benito.
Duas semanas após a forte erupção, o vulcão, localizado a 50 km da capital guatemalteca, continua ativo, com uma média de quatro ou cinco explosões por dia, emitindo cinzas até cerca de 4,7 km de altitude.