Eutrofização na Lagoa das Sete Cidades influencia as emissões de CO2 emitidas para a atmosfera
Um novo estudo, agora publicado na conceituada revista científica internacional Environmental Pollution, permitiu dar mais um passo importante na quantificação do CO2 que é emitido a partir dos lagos vulcânicos dos Açores.
Perante o trabalho desenvolvido durante várias semanas, em que se efetuaram mais de 1700 medições de fluxo na superfície da Lagoa da Sete Cidades, foi possível quantificar um valor de ± 37 toneladas de dióxido de carbono emitido para a atmosfera por dia.
Assim, verificou-se que as áreas com os valores mais elevados de fluxo de CO2 na Lagoa das Sete Cidades correspondem a locais onde o processo de eutrofização está bem patente o que incrementa significativamente os valores de CO2 emitidos para a atmosfera, em especial na margem norte da Lagoa Verde onde é bem visível pela presença de áreas densas de macrófitas.
César Andrade e os restantes investigadores asseguram terem determinado as possíveis emissões máximas emitidas por este lago, pois a investigação levada a cabo incidiu na altura de inverno, período em que ocorre uma boa mistura de água ao longo de toda a coluna de água já que a mesma não estava sob o processo de estratificação de origem térmica
Importante referir ainda que, através de várias análises isotópicas realizadas em profundidade, foi possível determinar que a fonte do CO2 neste caso específico é somente de origem biogénica, descartando-se desta forma uma eventual contribuição de CO2 de origem vulcânica.
Este trabalho vem demostrar a importância de se proceder a estudos desta natureza, uma vez que o processo de eutrofização está bem presente em muitos lagos vulcânicos do arquipélago e, principalmente, permitir poder ter uma maior preocupação com uma melhor qualidade das águas superficiais dos Açores.