O Instituto de Vulcanologia da Universidade dos Açores (IVAR), com base na informação obtida através da rede de monitorização gerida pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), informa que a crise sismovulcânica que se vem registando na ilha de S. Jorge desde o dia 19 de março de 2022 se mantém.
Nos últimos seis meses, e apesar de pontualmente terem ocorrido alguns picos de maior libertação de energia, manteve-se a tendência decrescente da atividade sísmica, não tendo sido registados eventos com magnitude ML superior a 3. No mesmo período não foram detetadas variações significativas em termos de deformação crustal, nem foram obtidos valores anómalos ao nível das análises a gases e águas. Considerando tais factos, o Gabinete de Crise decidiu baixar o nível de alerta científico do Sistema Vulcânico Fissural de Manadas para V1.
O IVAR sublinha, no entanto, que a atividade sísmica em S. Jorge e nas estruturas adjacentes ainda se encontra ligeiramente acima dos níveis normais de referência e relembra que o fenómeno que está a afetar a ilha não se pode dissociar do incremento da atividade sismovulcânica que se tem verificado na região dos Açores, em particular, no Grupo Central, desde o início de 2022. Neste contexto, e apesar de o sistema parecer tender para o equilíbrio, o padrão de atividade observado não exclui a possibilidade de virem a ocorrer novos eventos sentidos pela população, que podem, eventualmente, atingir magnitudes e intensidades superiores às registadas até à data.
Caso a situação descrita se altere ou sejam obtidos dados que permitam novas interpretações, serão produzidas novas Notas Informativas.